Antropologia do mingau

Por Carlos Alberto Dória

“Farinha, feijão e carne seca” revela o engajamento acadêmico nos estudos da culinária brasileira

“Farinha, feijão e carne seca” é uma tese de mestrado que a Editora Senac transformou em livro. Um trabalho inteligente da antropóloga Paula Pinto e Silva que mostra uma tendência alvissareira: o engajamento da universidade nas investigações acerca dos nossos modos de alimentação.

A publicação mostra também a Editora Senac enveredando por um filão virgem, ao alcance de todas as editoras, que, acovardadas, sempre preferiram desprezá-lo para trilhar o caminho fácil dos livros de receitas, fartamente ilustrados, mas que não ilustram o espírito. Em breve surgirá também, pela mesma editora, a tese de Cristiana Couto sobre a alimentação no Brasil e em Portugal do século XIX, a partir dos principais livros de cozinha que circularam lá e cá. É uma biblioteca de culinária de uma nova qualidade que começa a se formar.

Uma rápida investigação na Plataforma Lattes –fonte na internet da produção acadêmica brasileira- mostra pelo menos umas quatro dezenas de pesquisadores que, em várias áreas de conhecimento, vêm se debruçando sobre a culinária que se pratica no Brasil, sob perspectivas variadas: antropológica, histórica, lingüística, nutricional, étnica, por faixa etária etc. Trabalhos como o de Elisa Duarte Teixeira2, da área de lingüística aplicada da USP, inscrevendo a tradução de receitas como um tema das traduções técnicas, bem mostram o enorme salto de qualidade que, silenciosamente, vem se processando no meio acadêmico.

Leia mais no trópico.

Comments

[Fer Guimaraes Rosa]

que maravilha, Gorete! eu gosto de ter uma lista de livros assim, pra qdo tenho a oportunidade de alguem trazer pra mim. esses ja esta na lista! :-) beijaooo!

[tera gold]

que maravilha, Gorete! eu gosto de ter uma lista de livros assim, pra qdo tenho a oportunidade de alguem trazer pra mim. esses ja esta na lista! :-) beijaooo!