Vitamina de Ameixa

 

Temos sempre alguma, a-que-la, receita esquecida. E que, um dia - há sempre um dia -, a resgatamos dos nossos escaninhos domésticos, não é verdade?
Geralmente ela está, entre outras, registrada ou encaixada entre as páginas amareladas, e cheirando a naftalina, do nosso antigo caderno de receitas - quem nunca teve um?...
No mais das vezes, a receita é a que ensina como fazer aquele tal rango indefectível que, anos a fio, tinha presença cativa na mesa da nossa rainha do lar, e da qual reclamávamos todo dia: ah não, mamãe, isso de novo?
Posso citar várias comidinhas de minha infância e adolescência que, não sei se as rejeitava por elas mesmas, ou porque eram frequentes até demais no nosso cardápio: pirão de carne, bolo 1,2,3, carne guizada, sardinha,  pavê de chocolate, e vitaminas - pode incluir aí de todos os tipos, de banana, abacate, ameixa, banana-com-mamão, mamão com leite, etc., etc.
São inesquecíveis as lembranças que tenho da minha mãe, sempre falando ao levantarmos da mesa ou sairmos pro colégio (sim, sou do tempo de colégio): "tome uma vitaminazinha, que é forte", "volte pra tomar a vitamina, menina, que só esse café não te segura até mais tarde". Vitamina, arghhhh. Era sempre assim.
Por que, de vez em quando, não reabrimos nossos velhos livros e cadernos de receitas, para homenagearmos aquelas e aqueles que um dia, empenharam-se tanto em forrar os nossos estômagos e prevenir as nossas anemias? Quem sabe, até mesmo, para reabilitar o gosto por aquele sabor que inconscientemente rejeitávamos?
Hoje, a receita esquecida que resgatei foi a vitamina de ameixa com neston da minha mãe.

Vitamina de Ameixa

Leva:
1 xícara (chá) de leite
3 colheres (sopa) de neston chocolate (não sei se ainda existe essa variedade)
3 ameixas pretas picadas
1 colher (sopa) de açúcar
Faz assim:
Bate-se todos os ingredientes no liquidificador.
Usa-se leite gelado ou acrescente-se gelo picado.

Simples, assim.

Foto:i-stockphoto

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Eu vivia dizendo "mas de novo" para o arroz com feijão e almôndegas da rainha do meu lar nos tempos de colégio. Porém, depois de passar um tempo nos EUA, voltei alucinado por aquele pratinho aparentemente sem vergonha, mas que funfa que é uma beleza! Desde então, percebi que, para mim, comida boa é comida simples e caseira.