Chegamos em Paris, no Aeroporto Charles de Gaulle, vindo de Madrid. Deveríamos chegar às 22h30 de ontem, mas embarcamos em Madrid, no vôo Easy Jet 3908, com muito atraso, esperando que acalmasse uma intensa nevasca - o que já temíamos - em Paris.
De certa forma, já prevíamos essa situação, no momento da decisão de virmos para Europa em pleno inverno.
Por isso mesmo, resolvemos seguir a indicação de Lina Hauteville, do blog de viagem Conexão Paris, contratando previamente a empresa L’Univers Tours, de traslado, de um brasileiro. Essa decisão foi muito acertada e veio a calhar justo hoje, pois a nevasca teria complicado a nossa saída do aeroporto para a cidade. Foi tão complicado sair do ambiente de desembarque para o estacionamento interno do aeroporto! Passamos por tantos corredores estreiros, um imenso labirinto, cheio de desvios, escadas e dezenas de portas que, sozinhos, com o melhor inglês ou francês, não teríamos acertado; não cruzamos com ninguém e sequer havia qualquer sinalização. Somente quem conhece bem o aeroporto, acertaria o tal estacionamento.
Enquanto isso, lá fora, o tempo rui.
Outra vantagem de usar uma empresa nessa tempestade, é que facilitou também o percurso aeroporto-hotel. Podíamaos pegar um outro táxi ou o trem RER até Paris. Mas com o tempo desse jeito, seria impensável. E o motorista foi um cara super profissional, hábil na direção, falando português, nos proporcionou segurança, e ainda nos prestou assistência no check-in do hotel. Super recomendo. E não é só por uma questão de idioma; mas, além disso, por praticidade, num clima tão adverso quanto o que nós encontramos em Paris.
E foi agradável chegar ao hotel sem qualquer tensão. Agradável também foi a surpresa em termos de qualidade do TIMHotel, indicado pela empresa Anamar Tursimo, de João Pessoa. Pelas experiências de hotéis, na França, onde já me hospedei (Paris e Marselha), posso assegurar que este é o melhor, na medida, no tamanho e no conforto certos.
O TIMHOTEL Place d'Italie Butte-aux-Cailles se esconde na rue Barrault, tem uma localização estratégica, numa rua calma, no coração da colina, e às portas do bairro chinês e da praça d'Italie. Com linha de metrô a 50 metros. O hotel fica a menos de 15 minutos do centro de París (Châtelet-les Halles, Louvre...); e a menos de 10 minutos para Montparnasse, Parc Montsouris,Paris-Rive-Gauche, Grande Bibliothèque, Cour Saint-Emilion, Palais Omnisports Paris Bercy, Quartier Latin, Jardin des plantes, gare d'Austerlitz.
Em suas proximidades, há oferta considerável de restaurantes e serviços. Próximo de um mercadinho; na esquina da mesma rua do hotel fica a boulangerie "l'Essentiel", uma verdadeira vitrine, de pães e doces deliciosos.
Os quartos são bem aconchegantes, confortáveis, limpos; alguns, são triplos; silenciosos, e com banheiro pequeno, também limpo e com ótima pressão de água no chuveiro.
Alguns quartos tem vista para a Petite Russie, como o nosso:
A equipe é bem simpática, prestativa, disponível 24 horas, com possibilidade de comunicação com os hóspedes em cinco idiomas.
O hotel tem Wifi gratuito nos quartos. Para nós, internet free, é fundamental. O hotel tem elevador, ferro de passar à disposição, serviço de fax e xerox, máquina de refrigerante, entre outras facilidades.
Como chegamos muito tarde da noite, devido ao atraso do vôo, às peculiaridades do tempo, percurso para o hotel e de toda logística de chegada, o cansaço foi enorme e resolvemos dormir até mais tarde, descansar bastante, antes de nos aventurarmos nesta cidade maravilhosa.
Antes de nos deitarmos, fomos procurar algo para comermos. A fome era grande, pois o vôo não oferecia lanche, ou melhor, vendia uns pães recheados de qualquer coisa exquisita e, mesmo assim, em pouca quantidade. Não gostamos da aprência e resolvemos não lanchar no avião.
Ao chegarmos, saímos para comer alguma coisa nas imediações do hotel. O frio era intenso e, no momento, não nevava, mas as ruas estavam repletas de neve e gelo - o que fez Philippe vibrar de alegria feito criança. Ele pegava os tufos de neve e jogava para o alto, comemorando. Ficamos, Elias e eu, surpresos com tamanha emoção, pois não sabíamos ele curtia tanto a neve. Deve ter sentido uma lembrança emotiva dos tempos em que morou na Inglaterra, e por isso, fez tanta questão de fazer esta viagem no inverno. De certa forma, como pais, estávamos, felizes de poder nos proporcionar estes momentos singulares, por ele, e por nós mesmos, afinal esta viagem deverá eternizar-se em nossas lembranças e em nossos corações.
Enfim, as ruas estavam desertas, não havia bares ou restaurantes abertos, sinalizando a quietude desse bairro. Decidimos retornar ao hotel, onde forneceria, pelo menos, refrigerante. Foi quando nos informaram que o próprio hotel poderia solicitar pizza e, assim, o fez, para nossa satisfação. Daí, caímos nos braços de morfeu, em plena noite de inverno parisiense.
Acordamos tarde, mas merecíamos este repouso. Supreendemo-nos com o café no hotel, fantástico, variado, diferentemente dos que já provei na França, vale o preço cobrado. Em vez do simples café-com-pão-manteiga-geléia, o petit déjeuner não era tãopetit, como usualmente.
A seguir, fotos do site do hotel.
Após o café, pegamos a linha 6 Corvisart, e saímos sem destino. Desembarcamos exatamente na calçada das Galeries Lafayette, por pura coincidência. Não era nossa intenção fazer compras logo no primeiro dia, mas de repente, estávamos desembarcando na Chaussée d'Antin - La Fayette. Entramos imediatamente, até porque, o frio era imenso e as vitrines convidativas. Aproveitamos para fazer um tour em toda a loja e, incrivelmente, nada compramos. Embasbacados com a decoração natalina, só lembramos de almoçar quando o estômago reclamou. Ali mesmo, no restaurante da Lafayette, matamos nossa fome.
Meus companheiros de viagem, marido e filho, parecem muito à vontade, mesmo com frio, nesta viagem. Vejo a felicidade nos semblantes deles.
Essa experiência com eles, reforça a idéia que sempre tive, de que ninguém conhece Paris impunemente. É uma cidade que mexe muito com a nossa emoção. Sua atmosfera é mágica, sua luz é cálida. Paris é cult, cool, charmosa, é uma eterna festa as suas ruas, repletas de gente feliz, e de história e cultura, por suas entranhas, por todos os lados.
Lembro da primeira vez que vi Paris, em 1998, à luz do dia. Chorei, plena e totalmente, de pura emoção. Simplesmente, não acreditava de estar ali. Jamais imaginei que um dia merecesse a realização deste sonho. Cada edifício, cada rua, me lembrava algum episódio eternizados nos meus compêndios de história geral. Como eu poderia imaginar estar, um dia, aqui, no palco de tantos acontecimentos, que eu pensava existir apenas na minha imaginação cheia de Napoleões e Maria Antonietas?
Eu não sei. Só sei que já é a terceira vez venho a Paris. E, ainda é como da primeira vez. Por isso, entendo tão bem a sensação dos turistas de primeira viagem à cidade da luzes.
Mas, retomando nosso percurso, quando saímos da Lafayette, era quase noite, e o frio lá fora congelava. Muitos fumantes na calçada, e a fumaça me sufocava, incomodava horrores.
Pegamos o metrô na direção da Champs Elysées. Ao sairmos da estação, demos de cara com a avenida imensa. A emoção que vi estampada nos rostos de Elias e Philippe era indescritível. Eles estavam completamente encantados com tudo que viam. Nunca havia vivido com eles um momento tão mágico e lindo. Esta lembrança vai marcar para sempre a nossa existência.
Afinal, era plena noite de natal, nevava levemente, com os pingos de cristais reluzindo sobre as nossas roupas, sob reflexos das luzes azuis que vinham dos negros, centenários e veneráveis olmos que grassavam toda a avenida. E eu não cansava de admirar a decoração de natal. A avenida, está toda ornada de lâmpadas azuis de baixo consumo, com a tecnologia LED.
Foto: tribarte.blogspot.com.br
Não obstante toda a felicidade e beleza do momento, eu não me senti muito confortável. O frio me era quase insuportável, eu respirava com dificuldade, e cansava com facilidade. Mãos e rosto congelavam. Isso me incomodava fisicamente e me chateava um pouco, pois não conseguia autonomia para caminhar muito, e sequer tirar as luvas para fotografar aqueles momentos tão preciosos.
Percorremos toda a avenida, a partir do Arco do Triunfo. Entrávamos e saíamos das lojas sempre que tivemos necessidade de aquecimento. O tempo passou celeremente.
Dados gerais do hotel e de sua localização:
TIMHOTEL Place d'Italie Butte-aux-Cailles
22 rue Barrault
75013 Paris
Tel : (+33) 01 45 80 67 67
Fax : (+33) 01 45 89 36 93
[13ème (treizième) arrondissement] - Zona de Butte-aux-Cailles)
Butte-aux-Cailles é um quartier de Paris situado na parte ocidental do 13earrondissemen
Metrô: ligne 6 Corvisart à 50m / lignes 5-6-7 Place d'Italie à 600m
RER: ligne B Denfert-Rochereau
Transilien: Gare Montparnasse
Gare SNCF: Gare Montparnasse / Gare d'Austerlitz / Gare de Lyon
Aeroportos: Roissy Charles de Gaulle 30km / Orly 15km
Ônibus: 57, 62, 67, 21, 83, 47
Velib: Station 13022 – 27 / 36, rue de la Butte-aux-Cailles - 75013 Paris
Autolib: 50 Boulevard Auguste Blanqui - 75013 Paris
Peripherique: Porte d’Italie
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