A Confeitaria Colombo tem mais de 100 anos de história. Até hoje, procura preservar a própria história, mesmo que a qualidade dos produtos e serviços não sejam mantidos com a mesma preocupação. Tornou-se patrimônio cultural e artístico do país. Foi, por exemplo, a Confeitaria preferida de Olavo Bilac - onde tinha uma mesa reservada -, e muito frequentada, também, por importantes figuras da antiga República; celebridades como Rui Barbosa, Chiquinha Gonzaga, Villa Lobos, Virginia Lane, Getúlio Vargas, entre outros.
Nas poucas vezes que fui ao Rio sem ser a trabalho - creio que, no máximo, umas três vezes -, em nenhuma, deixei de ir à Confeitaria Colombo. Caminhar pelo Largo da Carioca sem desfrutar de um lanche ou um chá tradicional na Confeitaria é quase um pecado.
Depois de almoçarmos, Elias, Pippe e eu, no Amarelinho da Cinelândia, fomos comer nossa sobremesa na Colombo. Aproveitamos, e atravessamos também a Rua do Ouvidor, uma via ainda super movimentada, e que já foi a principal rua do Rio de Janeiro do século XIX. Passamos pelo Convento de Santo Antonio, mas, a pressa em chegar à Colombo, nos fez dispensar a visita.
Sempre me encantei com a arquitetura e decoração da Confeitaria. Ao mesmo tempo em que ela lembra um grande bistrô, com marcas culturais francesas em sua arquitetura, ostentando elementos de art-noveau; o local ainda está incorporado à vida carioca atual, em pleno funcionamento e bastante visitado. Se no passado foi frequentado por antigos presidentes e senadores, ainda hoje vive lotada, com filas de espera que ultrapassam a sua porta.
Apesar de ter observado e concordado, em parte, com algumas críticas, no Tripadvisors, sobre o declínio dos seus serviços, a Colombo ainda desperta na gente não só o desejo de experimentar todas as suas iguarias, mas o de comer ininterruptamente; como também, de reter na memória não só os seus sabores, mas a sua compleição física, seu glamour, a sua personalidade histórica...
Como está registrado em seu próprio site, "a Confeitaria Colombo é até hoje considerada uma das mais importantes obras de arquitetura e decoração da belle époque carioca. Da claraboia ao piso, tudo é arte e beleza."
Por isso, saí-me a fotografar tudo, em todos os detalhes, como vocês poderão ver, a seguir.
Fotos e embalagens de produtos do século passado são comercializados pela Confeitaria.
A confeitaria diz que oferece mais de 500 cardápios antigos. Comentários vistos no Tripadvisor dão conta que a confeitaria hoje vive mais da tradição, não inova na cozinha e a qualidade é apenas razoável. Hoje, pudemos conferir que, realmente, o serviço deixa a desejar. A fila de espera é lenta, nem todo/a/s o/a/s garçons/garçonetes atendem bem. Como o local vale a visita, decidimos manter a paciência.
Ainda seriam as louças da Cia. Vista Alegre?... Já se encontram bastante maltratadas pelo tempo.
A receita desse tipo de doce tradicional português, foi trazido no século passado, e confeccionados por confeiteiros vindos de Portugal.
Esse protiferole chegou assim mesmo, quase desmanchado. Os três pratos que pedimos chegaram em tempos diferenciados. Cada um de nós foi servido em um momento distinto. Creio que a/s cozinha/s funciona/m por especialidade, pois os pratos pareciam chegar de diferentes direções e por garçons diversos.
Os espelhos belgas, o belíssimo mobiliário em jacarandá, e as bancadas de mármore italiano, demonstram a passagem do tempo e o descaso com a preservação do patrimônio.
Referências:
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Marechal Floriano S/N - Centro, Rio de Janeiro - RJ - Cep 20031-050 - Tel: 2332-9191 / 2332-9134.
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