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Viajei ontem pela TAM, partindo de João Pessoa, enquanto Elias e Pippe, vieram pela Azul; partimos e chegamos, praticamente, no mesmo horário, com diferença de poucos minutos. Chegamos ao Rio, no Galeão, à tardinha, no melhor do pôr-do-sol. O cenário da aterrisagem foi de cinema.
Tive de fazer uma boa caminhada, dentro do próprio areroporto, para ir ao encontro de E. e P., que desembarcaram numa outra plataforma. Não lembro quando foi a última vez que estive no Rio, mas sei que foi antes da reforma do aeroporto. A princípio, achei confusos os portões e as novas (para mim) esteiras; mas, em segundos, me recondicionei ao novolay-out.
O melhor do trajeto aeroporto-hotel foi, realmente, e ainda, o crepúsculo sincronizado com a natureza exuberante do Rio de Janeiro, o verde, o sol, a tarde, as montanhas. Indescritível mesmo, foi margear a Lagoa Rodrigo de Freitas, por entre os raios rendados do ocaso. Melhor cartão postal, melhor cartão de boas vindas, impossível.
Por ora, estamos confortáveis no
Savoy Othon Travel , a despeito das informações, que andei lendo, antes de viajar, sobre a qualidade dos hotéis do Rio (para o padrão da cidade).
O hotel é bem localizado - esta é a sua maior vantagem -, fica na Av. Nossa Sra. de Copacabana, próximo de tudo, das praias de Ipanema e Leblon, dos melhores restaurantes, do calçadão onde P. pode correr à vontade. Nas vizinhanças do hotel, há supermercado, lanchonetes, farmácias, bancos, restaurantes do tipo self-services. Do hotel, fica fácil ir ao centro da cidade e ao aeroporto, pela facilidade de pegar condução, seja, táxi, ônibus, metrô; o hotel fica a apenas duas quadras da estação Cantagalo e das águas e do sol da Praia de Copacabana.
O Savoy é um hotel antigo, não é luxuoso, embora seja grande. Ocupamos um ap no 6º andar e não chega a nos incomodar com o barulho da rua. Vista para a N. Sra. de Copacabana. Gosto de me hospedar em hotel limpo e onde somos bem tratados. Esse é o caso do Savoy, até o momento. Apenas o piso do quarto fica devendo: de textura manchada, encobre a sujeira que aparece em nossas sandálias. O banheiro é antigo, pia pequena para nosssas necessaires. A tv é legal. O café da manhã é razoável, com o essencial que se pode esperar de um bom café da manhã. A mim, é suficiente ter frutas e queijos frescos, e um delicioso mingau de aveia - que adoro. Mas a internet não é gratuita - R$ 22,00 ao dia.
A nossa permanência no Rio deverá estender-se até o dia 30. Mas, quando fiz a reserva, a rede hoteleira mantinha em suspenso as marcações para o 'pacote reveillon', pois só aceitariam hóspedes que permanecessem no hotel naquele período considerado 'pacotereveillon'. E esse periodo ainda não havia sido determinado. Na ocasião, consegui fazer apenas a reserva no 'pacote natal', 23 a 28 de dezembro; e quando retornei pra ver se já estavam abertas as reservas para o reveillon... os hotéis não aceitavam reservas para o período 29 a 30 de dezembro, e, ainda assim, já estavam lotados. De qualquer modo, não está em nossos planos passar reveillon, este ano, no Rio, pois programamos outros destinos.
Mas, como, lá no meu interior, diz-se que amigo vale mais do que $ na praça, a partir do dia 28 vamos contar com a hospedagem luxuosa de nossa amiga L.C. que mora na Barata Ribeiro, e estando em João Pessoa, nos convidou a ocupar o seu ap nos próximos dias. A partir desse dia, nossa estadia está resolvida, embora seria mais prazerosa, se ela, minha amiga, estivesse em nossa companhia. Entretanto, a sua gentileza, ainda que com sua ausência, tornará nossos dias no Rio muito mais agradáveis.
Ontem, logo, ao chegarmos, nos deparamos com o 'calor carioca'. Chamo de 'carioca' aquele calor que remete, invariavelmente, ao chopp. O povo carioca é insuperável no consumo e na qualidade do chopp. Por isso, o nosso impulso para o chopp foi irresistível. Foi a primeira coisa que fizemos, depois de termos deixado as malas no hotel, e verificado as programações culturais, os guias de passeios.
Chegamos também com fome. [Lá se foram os tempos em que as empresas aéreas serviam refeições!]. Traçamos um maravilhoso filé, com chopp 'estupidamente' gelado, num restaurante próximo ao posto 5.
Voltando ao hotel, tratamos de acertar logo para o dia seguinte (hoje) os passeios aos 'cartões postais' da cidade (Corcovado, Pão de Açúcar, etc.). Como era véspera de Natal, supúnhamos que não teríamos muitas opções de contratação de passeios para o dia de amanhã, por ser feriado do Natal. [Já ficamos cientes de que haverá poucas opções de restaurantes, inclusive].
Fizemos a aquisição do pacote por intermediação do Hotel Savoy mesmo. Optamos pelo percurso Corcovado e Floresta da Tijuca - Pão de Açúcar e Centro Histórico da Cidade, em 4 horas.
Hoje, o dia foi bem movimentado. A van nos pegou no hotel às 07h30 e já vinha com alguns turistas. Afora nós três, Elias, Philippe e eu, os demais turistas eram estrangeiros que não falavam português. Um grupo pequeno, mas agradável. E o guia, of course, era bilíngue.
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Nossa programação de hoje no Rio de Janeiro já estaria sob medida para uma véspera de natal com os passeios que fizemos aos melhores cartões postais da cidade, o Corcovado e o Pão de Açúcar. Mas, para o natal e, ainda melhor, para uma noite de natal, uma noite feliz em família, a nossa noite também foi coroada.
Lá para as duas da tarde, ao retornarmos dos passeios, estávamos famintos, cansados e encantados com a cidade do Rio de Janeiro. Foi muita ação (haja escadas e sobe-desce de van) e emoção e em muita intensidade. Porque o Rio continua sendo a 'cidade maravilhosa'. Então carecíamos, urgentemente, de um chopp estupidamente gelado e um suculento prato de... moqueca! P., infalivelmente e sempre, desejando a bebida dos seus sonhos, a sua Coca Zero.
Lembramos da dica de nossa amiga L.C., e fomos averiguar o restaurante que nos indicou: o famoso Caranguejo. Ela nos disse que a comida era de boa qualidade, quando lhe perguntei se seria uma boa escolha para ceia de natal. A princípio, pelo nome, me parecia um tanto regional demais para a ocasião. Por isso, resolvemos testá-lo no almoço, pois um chopp com frutos do mar combinaria com o calor imenso que fazia.
O Caranguejo, na comida, foi uma deliciosa e agradável surpresa. Especializado em frutos do mar, fomos servidos por garçons atenciosos, que nos serviram, de imediato, bolinhos de bacalhau e pastel de camarão, seguidos de uma moqueca mista dos deuses, com arroz e pirão, como nunca vi. O pastel estava bom, mas o bolinho de bacalhau, sem graça. Já, a moqueca, uma delícia fumegante.
O local é simples, quase rústico, e apertadinho, as mesas quase coladas, se expandem pela calçada, costume bastante apreciado pelos restaurantes e lanchonetes do Rio. Aliás, o restaurante lembra mais um botequim, está sempre cheio e há fila de espera. Quem estiver apressado, também pode comer/beber em pé.
O restaurante é um dos points mais badalados do Posto 4 da moçada que vem da praia. Mas, achamos a comida caríssima, assim como a dos restaurantes cariocas, de modo geral; e, comparativamente, ao conforto que oferece.
Uma mancha na reputação do restaurante é o banheiro sujo. Não fui, não vi, mas ouvi os comentários.
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Depois de um merecido repouso no Savoy, especulamos sobre como seria nossa 'noite feliz', o que faríamos, onde jantaríamos. Optamos por evitar locais badalados demais, shows, eventos. No máximo, encararíamos um jantar, pois, independente de ser natal, obviamente, jantaríamos.
Na internet, pesquisei sobre os restaurantes que estariam abertos. Fiquei sabendo que, além dos famosos (Porcão, Fasano, Bistrô do Leme, Gula Gula, Atlantis) que estariam oferecendo a famosa "ceia de natal", a preços impensáveis; e poucos restaurantes estariam abertos. Não tínhamos interesse em gastar fortuna em "ceia de natal", sem contar que os restaurantes cariocas já são normalmente muito caros. Assim, se não encontrássemos um restô razoável, nos conformaríamos com uma refeição simples em um dos cafés 24 hs que funcionam em Copacabana.
No início da noite, enquanto fiquei lendo, P. foi correr na orla, e E. foi sentar no calçadão. Na volta, E. deparou-se com um restaurante aberto, o Príncipe de Mônaco, e ficou sabendo que estaria funcionando até meia-noite. E lá, nesse Príncipe de Mônaco, sobre o qual nenhuma referência encontrei no Google, nem mesmo o endereço, que é na Miguel Lemos, 18, em Copacabana, foi onde comemoramos o nosso natal.
O local, ligeiramente mais amplo do que o Caranguejo, mas aparentemente do mesmo padrão, revelou-se no delicioso cardápio e no excelente atendimento. Quando chegamaos, estava quase vazio, mas em pouco tempo lotou, e, pelo público, o restaurante nos pareceu agradavelmente família; pois, o ambiente se contagiou rapidamente de risos de crianças, altos papos, tilintar de pratos e copos, numa atmosfera alegre, que mais lembrou a de uma cantina italiana. Comemos bem um prato à base de lagosta e outro de bacalhau.
Foi uma noite divina, tranquila, e o clima entre nós estava aconchegante. Um natal calmo, feliz e sem grandes prestensões, foi o que logramos brindar, exatamente como havíamos planejado.
Referências:
Restaurante O Caranguejo
Endereço: Rua Barata Ribeiro, 771 - Copacabana - Rio de Janeiro , RJ Fone: 55 21 2235-1249 [Fica na esquina com a Xavier Silveira, frente da estação de metrô Cantagalo]
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