Eu bloggo

Da janela, o horizonte...

a liberdade de uma estrada eu posso ver... (R.C.)

O Famigerado Manual

Inacreditável, a ofensa que uma revista publicou há quase cinquenta anos - o Guia da Boa Esposa. O nome da dita cuja é "Good housekeeping", segundo a MetaFilter.
E pensar que ela circula até hoje!

Leiam o que recomenda o pretenso manual:

"O jantar deve estar pronto. Prepare-o na noite anterior, mas quando ele chegar, tenha-o pronto. É a maneira de fazê-lo saber que você pensou sobre ele e suas necessidades. A maioria dos homens têm fome quando chegam em casa e o prospecto de uma boa refeição (especialmente seu prato favorito) é parte de uma sensação calorosa de boas-vindas.

Prepare-se. Descanse por 15 minutos para estar bem disposta quando ele chegar. Retoque a maquiagem, ponha um laço no cabelo. Ele esteve ate há pouco com gente esgotada pelo trabalho.

Esteja feliz e interessante para ele. Seu dia chato pode precisar de uma alegrada e uma de suas funções e providenciar isto.

Arrume a casa. Faça um último passeio pelo ambiente antes de seu marido chegar. Recolha cadernos, brinquedos, papéis etc. e passe um pano pelas mesas.

Nos meses mais frios do ano, você deve acender a lareira para que ele se aconchegue. Seu marido sentirá que chegou num ninho de descanso e ordem, e isto vai fazer com que você se sinta bem. Afinal, tratar do conforto dele vai lhe trazer imensa satisfação.

Prepare as crianças. Gaste alguns minutos lavando as mãos e rostos das crianças, penteie seus cabelos e, se necessário, mude suas roupas. Elas são pequenos tesouros e ele gostará de vê-las fazendo seu papel adequadamente. Minimize o ruído. No momento de sua chegada, desligue a máquina de lavar, a de secar ou o aspirador. Encoraje as crianças a ficarem quietas.

Ouça-o. Você pode ter dúzias de coisas importantes para falar mas o momento de sua chegada não é o ideal. Deixe que ele fale primeiro – lembre-se, os tópicos dele são mais importantes que os seus.

Faça com que a noite seja dele. Nunca reclame se ele chegar tarde ou se sair para jantar ou vá a outros lugres para entreter-se sem você. Tente entender que o mundo dele é de pressão e trabalho.

Uma boa mulher sempre sabe o seu lugar".

CALMA, gente. Isso foi há quase 50 anos! Mas, que ainda há homens que dariam tudo para que as mulheres voltassem a ser como antes...

Poeta do Absurdo

Embolada que guardo, há décadas, junto com meus alfarrábios:

"Eu briguei com um cabra macho,
Mas não sei o que se deu:
Eu entrei por dentro dele,
Ele entrou por dentro deu,
E num zuadão daquele
Nem sei se eu era ele,
Nem sei se ele era eu"

São um barato as letras de "Zé Limeira, o Poeta do Absurdo", de Orlando Tejo. A ilustração é de Chico Pereira, 1978.
Sugiro a quem não conhece, procure apreciar a cultura popular nordestina, tão valorizada pelos nossos repentistas e poetas de cordel.

Tão longe, tão perto...

Pedro, o lindo gatinho de Marília e Décio.

De longe, de Curitiba, me chegam notícias de minha amiga Marília. O telefone, ainda muito útil - não obstante a Internet -, é realmente insuficiente e ineficiente para trocarmos todas as figurinhas da vida e do trabalho, de quase dois anos de ausência. Ficamos com gostinho de “quero mais” na conversa. A última vez que vi Marília foi em Brasília, estava solteira, profissionalmente bem definida, recém saída de um doutorado em design, feito na França, trabalhando no IEL, mas, até, bem nostálgica, um pouco distante do seu affair, que morava em Curitiba. Hoje, à primeira escuta, quase nem reconheci sua voz, plena de felicidade. Está bem casada com seu love. Sim, ele mesmo! Já tem um filhote, o Pedro. E, depois de passar um longo estágio de mãe de primeira viagem, está retomando sua vida profissional. Agora, trabalha no sistema FIEPR.
Tenho muito carinho e gratidão por essas pessoas. São amizades que surgiram na minha vida de forma inusitada, mas na hora certa, e sobrevivem incólume, a despeito do tempo e da distância.
Valeu, Marília, vamos ver se a gente se fala mais, se encontra mais. As nossas vidas vão ser sempre uma correria, mas a gente precisa dar um jeito nisso. Afinal, tempo dedicado aos amigos, não é tempo perdido. É ganho.