Ando naquela fase sonhadora de consumo, mas sem um puto para concretizar minhas fantasias. Entretanto, não deixo de aumentar a minha listinha de prioridades para um futuro só-deus-sabe-quando. Ultimamente, também ando com uma já manifestada tendência de mergulhar definitivamente no túnel do tempo. Basta dar uma sacada nos posts anteriores. Agora, então, com o lançamento, pela Som Livre, de uma coleção dos '40 anos de Jovem Guarda', putz! Não que a JG tenha sido lá essas coisas em termos de conteúdo. Comparativamente, ela não concorre com bossa-nova e tropicália em termos de inteligência. Mas, no vigor da minha pré-adolescência, amava aquelas jovens tardes de domingo, as letrinhas e melodias inocentes, os requebros, e a moda daquela meninada do yé-yé-yé. Fascinada por tudo que a Wandeca usava, e pelo charme juvenil com que exibia suas minissaias, botas, cintos e meias de arrastão, quando se embalava na onda do hally gally... ai, céus, eu queria ter tudo aquilo, mas não tinha grana e nem idade para usar. Até as músicas e os programas de tv, pegava carona na casa de Vandelúcia, uma amiga que era um broto da minha geração, mas bem mais amadurecida e que vivia na crista da onda, com tudo a que tinha direito. Para mim, mais do que música, JG era comportamento, era um jeito de ser. Como dizem por aí, na onda da nostalgia do pop rock dos anos 80, 'curtir JG é uma opção de resistência política e estética'.
Biquini de Bolinha Amarelinha
by Celly Campelo
Ana Maria entrou na cabine
E foi vestir um biquíni legal
Mas era tão pequenino o biquíni
Que Ana Maria está sentindo-se mal
Ai, ai, ai, mas ficou sensacional
Era um biquíni de bolinha amarelinha
Tão pequinininho
Mal cabia na Ana Maria
Biquíni de bolinha amarelinha
Tão pequinininho
Que na palma da mão se escondia
Ana Maria toda envergonhada
Não quer sair da cabine assim
Ficou com medo que a rapaziada
Olhasse tudo por tim por tim
Ai, ai, ai, a garota tá pra mim
Era um biquíni de bolinha amarelinha
Tão pequinininho
Mal cabia na Ana Maria
Biquíni de bolinha amarelinha
Tão pequinininho
Que na palma da mão se escondia
Ana Maria olhou-se no espelho
E fosse quase despida afinal
Ficou com o rosto todinho vermelho
E escondeu o maiô no dedal
Acabou toda folia
Da mocinha da cabine
Mas quem é que não queria
Ver a moça no biquíni!