Eu bloggo

O meu cafuçu

João Pessoa não tem carnaval. Ou, melhor dizendo, o carnaval pessoense - com seus vários blocos de arrasto que saem às ruas em dias alternados -, começa e termina antes de todos os outros.

O bloco mais conhecido, que há 21 anos reúne uma multidão de cerca de 400 mil pessoas, é "Muriçocas de Miramar". Fala-se que é o maior bloco pré-carnavalesco de arrasto do mundo. Contam-se que a origem do Muriçocas surgiu numa brincadeira de um grupo de amigos que se encontraram fantasiados numa festa de aniversário. O nome do bloco vem do fato de que a cidade ficava vazia na época de carnaval e, no bairro do Miramar, onde se dava a concentração, havia muitas muriçocas (pernilongos). O Muriçocas atravessa, na "quarta-feira" de fogo, puxado por 10 trios elétricos, um trecho de 5 km da maior avenida da cidade até a praia de Tambaú. O termo “quarta-feira de fogo” faz referência à quarta-feira da semana que a quarta-feira de cinzas.

O bloco "Virgens de Tambaú" é um dos blocos mais irreverentes. Foi criado há vinte anos e é o 2º maior bloco das prévias carnavalescas. Surgiu de um grupo de amigos que se vestiu de mulher para brincar o carnaval. As fantasias hoje são geralmente inspiradas em personagens populares de novelas.

O "Cafuçu" é um bloco brega, um dos mais tradicionais e engraçados da Folia de Rua, e sai na sexta-feira que antecede o carnaval. Todos os anos, realiza uma prévia para a escolha do casal cafuçu do ano, aquele que mais se destaca em sua alegria, criatividade e breguice. É muito, muito divertido. O Cafuçu existe há 17 anos e começou com uma brincadeira de um grupo de amigos durante um carnaval em Itamaracá (PE) que, ao assistirem ao desfile da escola de samba Unidos do Cabo Sul, pensaram na possibilidade da formação do Unidos do Cafuçu, em João Pessoa. É possível vermos identificados no bloco os tipos populares que circulam no cotidiano da capital.

Já brinquei bastante carnaval até a década de oitenta. Hoje, fico tranquila no meu cantinho, de preferência longe de multidão. Já assisti a passagem de alguns blocos. O mais engraçado é realmente o "Cafuçu", por causa da breguice, e o único pelo qual eu arriscaria sair do sossego.

O meu filhão acompanhou o Cafuçu...

...devidamente travestido de nerd, e ficou autêntico. rs

Weekend

Praia, Caminhada e web

Minha programação das sextas-feiras tem poucas variações. Depois do trabalho, recolho-me em casa, tomo um vinho do Porto antes do jantar. Faço uma refeição light, um pouco mais além de um "café". As massas já fizeram parte das noites de sexta da família.

O sábado é dia de resolver pepinos domésticos, ir ao supermercado, normalmente ao Hiperbompreço ou Carrefour, ou ao shopping (mais raramente). Tinha o hábito, que aboli, de tomar uma cerveja antes do almoço, que agora também é light. À tarde, distraio um pouco com a tv a cabo, levo o cachorro para passear, faço caminhada na pracinha ao lado de minha casa ou à beira mar de Intermares. Eventualmente, saio para jantar ou simplesmente tomar um vinho com Elias e amigos da universidade, em nossas casas ou em bares e restaurantes da cidade. As companhias mais frequentes são Eulina, Anedite, Emília, Ana Elvira; e, normalmente, diversificamos os locais que frequentamos. Mas, se não saio à noite, ligo para os familiares distantes, estudo, faço pesquisa, respondo aos e-mails, navego na net, visito os blogs.

Aos domingos, durante o dia, se for verão entre dezembro e janeiro, vou à praia do Bessa aqui perto de casa e/ou pego uma piscina. Fora dessa estação, reservo o dia para leituras ou trabalhos da universidade. Ultimamente tenho me dedicado aos livros da área de educação, tecnologia e inovação, para minha tese de doutorado. Estou fichando três livros nessa linha: "Closing the Gap in Education and Technology" ("Fechando o Gap em Educação e Tecnologia"), "Tecnologia, Aprendizado e Inovação", "Educação na Coréia". Acordo tarde (depois das oito). Quando não tenho trabalho, leio jornais, o semanário e outras revistas, como Cult, Entrelivros, Info, Claudia. Termino na hora do almoço e dou expediente na cozinha. Em seguida, faço uma sesta ou fico zapeando na tv, assistindo a documentários ou a um bom filme. No final da tarde, navego na net, atualizo blogs.  Depois do jantar, que é sempre um lanche, vou ao computador, trabalho ou navego, ou faço as duas coisas.

Invariavelmente, durmo muito tarde. Sou avessa a badalações. Não bebo, não fumo, e só jogo paciência. Converso, troco idéias com Elias e com o Pippe - quando ele não está namorando ou concentrado no computador.

Nos feriados do carnaval, essa rotina pode ser alterada um pouco, mas estou planejando ir à praia, colocar em dia muitos trabalhos e leituras atrasadas.

Foto: Mar do Intermares.

Em 20 anos, faltará água para 60% do mundo

O consumo dário dobrou e mais de um bilhão de pessoas já não têm acesso aos recursos hídricos.

Dentro de 20 anos, uma proporção de dois terços da população do mundo deve enfrentar escassez de água. De acordo com a FAO, o consumo de água dobrou em relação ao crescimento populacional no último século.

• Pouco mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo já não têm acesso a água limpa suficiente para suprir suas necessidades básicas diárias.
• Mais de 2,5 bilhões não têm saneamento básico adequado. 
• A irrigação para cultivos agrícolas atualmente responde por mais de dois terços de toda a água retirada de lagos, rios e reservatórios subterrâneos.

Sei que os agricultores precisam armazenar mais água da chuva e reduzir o desperdício ao irrigar suas plantações.

Mas, e a população, de modo geral, o que precisa fazer?... Melhor dizendo, as sociedades, as comunidades?...

A propósito, já falei disso aqui no ano passado. E vou continuar falando, e cada vez mais.

Fonte: Estadão Online.

Via: Correio da Paraíba, 16.02.07.

Líderes mundiais chegam a acordo sobre o clima global

 
Um novo acordo foi gestado em Washington para amenizar as mudanças no clima do planeta. Os presidentes concordaram que os países em desenvolvimento têm de reduzir emissões de carbono nas mesmas proporções que os países ricos, por entenderam que "o aquecimento é uma tarefa global e é obrigação de todos fazer alguma coisa, dentro da capacidade e responsabilidade histórica de cada um". E será criado um mercado global de comércio de créditos de carbono.

Via: Ecofalantes

Dor profunda

Estava ontem tomando café, quando assisti ao relato da barbárie que havia acontecido na noite anterior no Rio de Janeiro.  Foi um soco no estômago. Daí, não consegui engolir nada mais, porque, um choque desses, não combina com comida. E, no mais, concordo com o que a Fer falou.

Estou certa de que não merecemos mais habitar este planeta.

Estava ontem tomando café, quando assisti ao relato da barbárie que havia acontecido na noite anterior no Rio de Janeiro.  Foi um soco no estômago. Daí, não consegui engolir nada mais, porque, um choque desses, não combina com comida. E, no mais, concordo com o que a Fer falou.

Estou certa de que não merecemos mais habitar este planeta.

Manguetown II - algum lugar do passado

Rever Recife, fez-me lembrar alguns amigos, e de momentos felizes que se perderam nessa longa estrada da vida.

Menina do interior, eu sonhava, como todos da minha idade, em "estudar fora", fazer vestibular em outra cidade. Morar e estudar em Recife estava no imaginário de qualquer adolescente da minha cidade que se encontrasse às portas da universidade. Para lá foram os meus amigos mais íntimos, onde se formaram, e de onde saíram os profissionais mais bem sucedidos da minha tribo.

Estudar em Recife era tudo o que eu queria. Um sonho longínquo. Uma cidade cara que não cabia em meus sonhos. Em casa, éramos cinco filhos, e somente meu pai trabalhava. Era querer demais. Por isso, fiquei no meio do caminho. João Pessoa era, e continua sendo, uma cidade, provinciana, mais modesta, compatível com as nossas posses. Foi nela que me coube assentar os alicerces da minha vida, onde deitei minhas raízes, forjei meu futuro.

Mas, a paisagem de Recife arrasta minhas lembranças até hoje como um perfume sedutor, para especificar que me aguçam os sentidos, me enchem o coração. Morar, não morei; e grande parte dos amigos de lá se dispersaram.

E a cidade está contida em mim, nas imagens que levo no coração, e muitas outras coisas que eu não ouso dizer neste momento.

A verdade é que, para Recife, escrevi a crônica da minha cidade perdida, o meu lugar onde nunca habitei. Se era lá onde estava a minha turma, era lá onde eu devia estar.

Fotos:

Rua da Aurora - Casa da Cultura; Olinda e casario antigo de Recife - by me.

Manguetown

Com a casa mais ou menos aliviada - no bom sentido - das labutações de fim de ano, fui, com meu filho, juntamente com Renee (sua namorada) e Mª Clara, passar uma semana em Recife. Precisava recarregar as energias, preparar-me para o que viria a seguir: a maratona de consultas médicas, exames e acompanhamentos da saúde de minha mãe, que é diabética, hipertensa, e agora está  está sofrendo de insuficiência renal crônica - consequência dessas mazelas.

Daí, creio que estão parcialmente explicadas as minhas eventuais ausências deste blog e dos ambientes de comentários dos blogueiros amigos. Missão cumprida, my mother está devidamente assistida e desembarcada em seu lar doce lar, lá no interior do Ceará.

A propósito de Recife, a cidade perdeu um pouco a atratatividade turística que detinha há algumas décadas, mas ainda mantém  um certo charme.

Inicialmente, pensávamos (meu filho e eu) em curtir praia. Mas cuidei das reservas com atraso. Nesse período, o litoral mais badalado fora da cidade, como Porto de Galinhas, Cabo de Santo Agostinho ou Fernando de Noronha, costuma lotar em quaisquer espaços físicos, sejam hotéis, praias, bares, restaurantes, praças, estradas. Hotéis, resorts, pousadas ficam, naturalmente, sem vagas.

E uma praia civilizada ou farofenta não era exatamente o que queríamos - não tanto pela "farofa", mas pela falta de sossego, preços e qualidade de serviços. Recuamos na idéia, e resolvemos desvelar o charme da cidade. Sim, Recife, manguetown, é interessantíssima, e tem lá os seus encantos. Por isso, não nos limitamos às pontes, rios, calçadas. E, honestamente, valeu a pena.