Ouvir não é suficiente. É preciso matar a saudade ao vivo.
Beijos de tia por mais uma velinha, Bruna!
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Ouvir não é suficiente. É preciso matar a saudade ao vivo.
Beijos de tia por mais uma velinha, Bruna!
Posted at 18:43 in Família | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Quando não se pode mais conter a rotina, o cansaço e o stress dessa vida atribulada, cheia de imprevistos e aperreios, a melhor saída é buscar um paraíso onde o tempo fez a curva.
Cansei de torturar os neurônios, dia e noite, noite e dia. De contar as horas. De ver a lista de pendências só crescendo, e o sol nascer só através da janela.
No feriadão, reuni os trapos, enchi as mochilas, 'garrei o filho, a namorada deste, e o marido, e arrancamos para Natal, a cidade das dunas, das águas mornas e das minhas lembranças de adolescente. Onde eu queria definitivamente ficar.
Depois de um longo tempo, em que só retornava à cidade a trabalho, pude fazer uma catarse, no melhor sentido. Provei da melhor comida - nada sertaneja, como se era de esperar -, curti a brisa e me refestelei no mar e nas suas paisagens. Fartei-me com caranguejo, peixe, camarão. E senti saudade, of course, porque faz parte, né, eu vivo repleta de saudade, todos sabem. Saudade de quando morei no Rio Grande do Norte, dos amigos, da minha família reunida, dos passeios a Natal. Uma das lembranças mais vivas, é do dia em que meus pais compraram roupa de banho para todos, acho que foi o meu primeiro maiô, um engana-mamãe (quem lembra disso?) amarelo. Lembrei também das viagens de fim-de-semana para Natal, com a querida amiga Bernadete Nunes, que hoje vive feliz no Espírito Santo. Mas, lembrando também de uma inesquecível viagem com meu filho ainda criança, procuramos rever os mesmos lugares de outrora - as praias, as piscinas, o maior cajueiro, os passeios de buggy. Sei que, para alguns, pode soar nostálgico observar o tempo passar, mas para mim é gratificante poder ter a oportunidade de fazê-lo, de reviver, de reconhecer que a vida me tem sido rica em experiências, em momentos felizes, em pessoas amadas.
O certo é que voltei revigorada para enfrentar o batente, disposta e esperançosa de andar mais rápido com a conclusão de minhas pesquisas e estudos. E bem mais consciente de que, retendo o passado ou atemorizada com as incertezas do futuro, não vou dar conta do meu presente, do meu dia-a-dia, que é aqui e agora, com minhas atuais circunstâncias.
Área de lazer do Hotel Parque da Costeira.
Pier, avistando-se, ao longe, o Morro do Careca, a maior atração de Ponta Negra.
O filhão, com Renee, a namorada, na praia de Búzios.
Barraca do Canário, onde degustamos um gostoso caranguejo, ambiente rústico e descontraído, na praia de Camurupim, localizada na cidade de Nísia Floresta. Praia tranquila, sem poluição, com grandes piscinas naturais. Eis a praia:
Vista do apartamento do hotel.
Vista do apartamento.
Vista a partir da sacada do Restaurante Falésias, na praia de Cotovelo, um lugar paradisíaco que fica mesmo no alto de uma falésia, onde nos deliciamos com um dos pratos mais honestos de camarão que já experimentamos.
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A minha mais remota lembrança entre amigos, é de uma brincadeira de roda nas ruas da infância: "a leiteira, a leiteira vende o leite..." A minha sedução pela música irrompeu do acordeon de Fátima de Elísio; talvez, por isso, tenha vivido com a frustração de nunca ter um instrumento de teclas. Duas roupas preencheram minhas fantasias de criança: um vestido com estampas de pintinhos e uma anágua que ganhei do meu tio Chico - que, de tão linda, fazia-me sentir princesa. Sob a rede, encontrei meus primeiros presentes de natal. E, numa noite de natal, conheci a solidão. Minha primeira escola era pobre, particular, e a professora Dona (ninguém chamava profª de tia) Honorita me apresentou a taboada e a cartilha de ABC, onde se lia: "a preguiça é a chave da pobreza". O meu maior prazer era fugir de casa para brincar nas casas das minhas amigas ricas, que tinham os brinquedos mais lindos e impressionantes. Numa delas, eu costumava, sempre por descuido, derrubar a cortina e, então, embalar numa carreira, tremendo de medo, de volta para casa. Gostava de subir na goiabeira do quintal. A pessoa mais admirada era o meu pai, que, além de lindo, para mim era o homem mais inteligente do mundo. Na minha rua havia uma difusora que tocava Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Miltinho e Dolores Duran. Aprendia as letras das músicas que ouvia no rádio ou que minhas tias cantavam. Balançava-me na rede e, ninando minhas irmãs, cantava todas as que eu sabia. Adorava festa, qualquer festa, de aniversário, de padroeira, quermesses, batizado, casamento, pelo bolo e por ver tanta gente bonita e bem vestida. Sonhava um dia desfilar de anjo nas procissões, com asas brancas, roupa de cetim e coroa de purpurina; penso que nunca fui convidada por não ser atraente, nem ter aparência de boneca. Apesar do firme controle de minha mãe, eu gostava da rua, das brincadeiras com amigos, de andar a esmo, observando as pessoas, as lojas, as casas, os carros passarem - como se a cidade ainda fosse um planeta novo a desbravar. Mamãe detestava que ficasse na rua, brigava muito, e na volta, sempre com receio do que me esperava - fosse um puxão de orelha, uma chinelada, um croque - vinha rezando o pai-nosso, a ave-maria, pedindo a todos os santos para me livrarem do castigo. Tinha uma carência insaciável do colo de minha mãe, embora só uma, e uma só, lembrança, tenho do seu acolhimento. Todos os dias de mãe no colégio havia drama, teatro, e eu me sentia comovida, sentia muita vontade de chorar, quando ouvia música e poesia para as mães. Até hoje, não gosto de música de mãe, mas quando ouço Lady Laura, ainda peço que ela me leve de volta pra casa. Aprendi a ler muito rápido com o auxílio inesquecível do meu pai, que era letrado; mas, do que eu mais gostava mesmo, era dos livros ou revistas ilustrados, como muitas figuras. Sim, também sonhava ser rica, por que, assim, poderia ter as bonecas que choravam, que andavam e fechavam os olhos; uma casinha completa de boneca; os vestidos de organdi bordado, com grandes laços, pulseira de ouro (queria tanto uma pulseira escrava); um acordeon vermelho; ir a parque de diversões e rodar nos cavalinhos até cansar; eu queria muitos chicletes ping-pong, sonhos de valsa, buzi e sequilho. Amava o sábado, quando o meu avô chegava da fazenda, trazendo frutas, queijo, carinho e proteção. Quantas vezes nos tirou do castigo, das garras de nossa mãe! No paraíso, que era seu sítio, eu me embrenhava pelas matas, brincava de casinha, caçava ninhos de passarinhos, preás, subia nas mangueiras, tinha medo de lobo guará, de raposa, do escuro, e dos sustos que meus tios me pregavam. Sentia um fascínio pelas conversas dos adultos, as anedotas, as histórias do passado, e de almas penadas. De família enorme, e um tanto jovem, eram 12 tios e quatro irmãos, contudo, além do meu pai, e do meu avô, não lembro de ninguém querido que me fizesse dengo, me paparicasse, que me visse criança. Um dia, eu quis acompanhar a lavadeira de roupas, ir até a casa dela, queria ir dormir lá, mas minha mãe não permitiu; eu a segui pela rua, virando as esquinas, até perdê-la de vista, então, voltando para casa, eu chorei muito, muito mesmo, soluçando, e desolada, decepcionada, dormi chorando. Essa cena me marcou para sempre. Amava a liberdade, e todas as experiências que tive de criança. Mas, meu olhar retrospectivo, só contempla hoje uma criança triste e só.
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"De que me serve fugir
De morte dor ou perigo,
Se me levo eu comigo?
Tenho-me persuadido,
Por razão conveniente,
Que não posso ser contente,
Pois que pude ser nascido.
Anda sempre tão unido
O meu tormento comigo,
Que eu mesmo sou meu perigo."
Camões.
Posted at 22:39 | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Uma matéria de Christian Brandão mostra Tambaba, a primeira praia oficialmente naturista do Brasil... Leia mais>>
Foto de Tambaba: grupo viagem uol
Posted at 18:51 in Fotografia, João Pessoa, Lugares, Natureza | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Um dos hábitos que mais me fizeram falta, depois que voltei a me envolver com livros e cadernos, foi de ver um bom filme, de vez em quando. Nos últimos anos, o lugar que mais tenho frequentado tem sido a universidade. Raramente vou ao cinema, e, só em casa, pela tv a cabo, vejo alguns documentários, quando são realmente imperdíveis. Não tenho assistido aos lançamentos, nem mesmo em dvds, pois o tempo tem sido pra mim uma jóia raríssima. Mas, outro dia, escapei dessa rotina estressante e fui ver em casa de amigos, no seu espetacular home theater, Quando Nietzsche Chorou, um belo filme, de diálogos bem estruturados e cheios de sentido, aportes de filosofia e psicologia em processo de autoconhecimento, combinação sincronizada com uma clássica trilha sonora, com referências a ilustres pensadores, e um figurino caprichado. Enfim, quem ainda não viu, não deve perder.
Depois da sessão, saboreamos uma divina macarronada ao peperone, regada a um bom vinho tinto, elaborada por Damião Ramos (ao centro), o anfitrião. À mesa, da esquerda p/ direita: Elias, Emília, Damião, Anedite e Ana Elvira. Eu sou fotógrafa. Mas, prometo, na próxima vez, aparecerei na foto.
Posted at 02:12 in Amigos, Arte, Cinema, Comes&Bebes | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Posted at 00:52 in Fotografia | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)