Acabo de chegar de mais uma das minhas introspectivas viagens ao meu interior.
Domingo foi Finados e nossa família fez a primeira visita ao último refúgio da nossa querida e inesquecível Lady Laura. Ela se encontra sepultada no povoado da Ramada, próximo da Barra, fazenda onde ela nasceu, que foi dos meus avós, e hoje é habitada por meus tios maternos.
Fomos eu, Elias, Pippe e Bebeta, minha irmã.
Como sempre costuma ser, quando visito esses lugares amados de minha infância, costumo submergir inteiramente no passado. E não poderia ser de outra forma. Parte da família ainda permanece morando no mesmo lugar. Encontrar essas pessoas é reviver as antigas emoções, relembrando a convivência feliz e cheia de presenças, mas sentindo a nostalgia do vazio deixado pelas ausências definitivas daqueles que já não se encontram entre nós. Senti-me tremendamente abatida ao adentrar naquela casa.
Foi a primeira vez que nos reencontramos com os parentes, depois que nos despedimos de mamãe, uma pessoa que era muito estimada por toda a família.
Apesar da saudade e das repetidas referências sobre sua vida, procuramos amenizar a melancolia, relaxar, e rememorar mais os momentos alegres. Fizemos almoços deliciosos. Meus tios Nivaldo, Márcia, Valdenora e Genilda prepararam um carneiro, uma suculenta buchada com sarapatel, um peru, e curimatã (peixe de água doce) ao molho de coco. Daqui, levei um peixe dourado - do qual fiz moqueca - e também o fiz acompanhar com arroz ao curry e batatas gratinadas. Ai, como comemos por esses dias. Sem esquecer o mungunzá, a coalhada com rapadura, o doce de gergelim, feitos sob as mãos habilidosas de Genilda.
As imagens falam mais do que palavras. Prefiro, então, mostrar um pouco desse ambiente e do clima que minha humilde câmara digital conseguiu flagrar. O tangível é possível de ser reconhecido. Em contraste, o sentimento que transborda a nossa alma ela jamais será capaz de apreender ou retratar.
No casarão secular da Barra, à sombra do tamarindo e da lembrança de Laurinha.
De trás pra frente: 1º fila: Pippe, meu filho; Nilbert, primo, e Nivaldo, meu tio e pai de Nilbert; na 2ª fila: Valdenora, minha tia; Bebeta, minha irmã, e Genilda, minha tia; à frente, Elias; na 3ª fila: Márcia, minha tia postiça, esposa de Nivaldo; e Silveira, meu tio postiço, esposo de Genilda, e Nidielle, filha de Márcia e Nivaldo.
Um ângulo da casa da Barra ao entardecer.
Outro ângulo da casa. Por uma trilha vicinal, chegamos ao oitão da casa da Barra, com suas costas viradas ao poente. É por onde se entra para a fazenda.
O horizonte da Barra, até onde os olhos e a saudade alcançam. Vista a partir do alpendre da casa grande. O pontinho branco na imensidão azul [clique na imagem] é a igreja da Serra do Comissário. O morro, ao centro, logo abaixo, marcado com uma trilha é o povoado da Prensa.
Lembro que este período é tempo de seca neste sertão nordestino, motivo pelo qual as paisagens se apresentam bastante áridas.
Aqui, é o marco onde se inicia a entrada para o casarão, o lugar do coração. Na estação das chuvas isso tudo enverdece e esta árvore fica totalmente lilás. Mas gosto dela também assim, ostentando uma beleza agressiva, selvagem.
Amanhã, mostrarei mais fotos da Barra.
Posted by: Maxi de Sena Maximino | 23-09-2013 at 13:35
Posted by: Maxi de Sena Maximino | 23-09-2013 at 13:26
Posted by: PAULO MARCIO OLIVEIRA CARVALHO | 16-04-2011 at 11:50
Posted by: francisco jairo | 21-01-2010 at 14:05
Posted by: helena conserva | 01-01-2009 at 23:30
Posted by: Anizio | 08-11-2008 at 14:53