Neste final de semana, fizemos, ao modo bem família, um circuito literatura-praia-gastrô-shopping em Olinda e Recife.
Já contei aqui no blog como gosto, por vínculos emocionais, desse Pernambuco, desde priscas eras, quando morei em Pesqueira.
Talvez,
por essa afinidade, ou pela proximidade de Recife com João Pessoa, em quase todas
as férias, reservamos um fim de semana só para curtir as
delícias de Recife-Olinda. Por razões óbvias, nossas passagens por lá são,
invariavelmente, inesquecíveis.
Ricardo
Freire disse bem que Recife-Olinda são repletas de "botecos bacanas e
restaurantes profissas". E eu acrescento a esses atributos que se tratam também de duas cidades
culturalmente fartas, divertidas, de bom astral.
É verdade que um weekend é muito, muito curto para as milhares de atrações da veneza, mas a cada ocasião procuramos explorar novas baladas, paisagens e sabores.
Hospedagem:
Ficamos no Blue Tree Towers Recife, beijando o mar de Piedade.
Foi uma boa escolha. O hotel é bom, o serviço também, e a paisagem, melhor ainda.
O Blue Tree. Nosso ap ficava no décimo segundo,
olhando pra vastidão do mar. Foto do site do hotel.
Shoppinhando:
Fomos ao Shopping Paço Alfândega, que fica no Recife Antigo, admirar sua arquitetura. E, de quebra, porque lá está, também, a Livraria Cultura. Lá, nos demoramos apenas três horas, cada um na sua seção favorita, de onde saímos com braçadas de livros.
Foi um dos nossos melhores programas; pois, os quatro, somos apaixonados por livros, por leitura.
Domênica, namorada do filhão; Elias, my husband;
e Pippe. E eu, atrás da câmera.
Um ângulo do hall do Shopping Paço Alfândega.
Pippe, Domênica e Elias, posando pra mim.
Shopping Paço da Alfândega (fachada amarela).
Algumas das minhas aquisições.
Fiquei literalmente babando diante dos livros de arte em papel, pois sou consumidora voraz deste tipo de leitura e de hobby. Vejam só que pérolas eu pude, finalmente, comprar:
"The art of decorative paper stencils", de Kanako Yaguchi (um guia prático de como fazer stencil em papel, com base em dobrar, cortar e abrir);
"Handmade: greeting cards for special occasions", de Amanda Hancockes (passo-a-passo das técnicas de cartonagem e de projetos criativos);
"Wedding Papercrafts: 35 beautiful easy-make projects for that special occasion", de Ann Brownfield e Jane Cassini (o foco é produção de enfeites e acessórios para festas de casamento, de onde se pode colher/adaptar muitas idéias para outras ocasiões);
"Os quadros divertidos de Arcimboldo", de Sylvie Girardet e Nestor Salas (subsídios para minhas aulas de percepção ambiental);
"Wallpaper City Guide: Buenos Aires - o guia da cidade", da Publifolha (porque o marido tá me convidando pra ir, nesses dias, a Buenos, e eu já estou topando, obviamente).
Fomos às compras também no Shopping Center Recife e, de lá, garimpamos lindos trecos na Tok & Stok, que adoro - infelizmente não contamos com essa franquia em João Pessoa -, para ornar nossa casita.
Praia:A idéia inicial era irmos até Carneiros, uma das "cem praias que valem a viagem": com belíssimos coqueirais, sem farofa, só com pousadas modestas, e de acesso ainda precário.
Estivemos lá há dois anos, e sabemos que praias como essa são cada vez mais raras no Brasil e no Nordeste. Se a folga fosse prolongada, valeria a pena o circuito Porto de Galinhas, Tamandaré, que são praias próximas.
Mas, optamos por Piedade ao percebermos que, embora esta seja uma praia urbana, ela é mais organizada (mais ou menos limpa) com a vantagem de estar nas proximidades do hotel. Isso porque não estou contando com o excessivo número de ambulantes - que é uma praga inevitável e já faz farte das paisagens das nossas praias urbanas.
Ressalvadas as devidas proporções, achamos que valeu a pena ficar em Piedade, porque tivemos tempo suficiente para, depois da praia, almoçar em Olinda no Oficina do Sabor, um programa imperdível.
Confiram as imagens da praia, no trecho mais próximo ao Blue Tree:
Praia limpa, até que hordas de banhistas e
ambulantes comecem a invadir a "nossa" praia.
A praia mostra-se aqui, aparentemente, limpa
e deserta porque chegamos relativamente cedo, às
primeiras horas da manhã.
Bagunça organizada.
Comilanças:
É difícil escolher, nas duas cidades, o melhor lugar - em ambiente e comida -, diante de tantos restaurantes de qualidade e estilo tradicionais, desde os mais descolados, aos ainda desconhecidos, mas nem por isso menos aconchegantes e charmosos.
E comer bem (não, necessariamente, muito), na companhia de pessoas queridas, é uma das formas mais eficientes de tornar uma viagem prazerosa e inesquecível.
Com exceção do restaurante Bonaparte do shopping, eu recomendo todos aqueles que frequentamos nesta viagem, por serem dignos de boa lembrança.
Diga-se, de passagem, que a maioria dos grandes restaurantes concentra-se em Boa Viagem; mas, na hora de escolher aonde ir, convém não se prender a esse detalhe local.
Restaurantes que utilizamos:
Ponteio Grill
A vantagem começa pelo ambiente, com uma bela vista para a praia de Boa Viagem. Ávidos por um bom churrasco, escolhemos este que serve no rodízio, mas também oferece um bom buffet de saladas, frios e sushis.
O ponto fraco do restaurante está no atendimento.
O melhor, pra mim, está na sobremesa: o morango flambado:
Bonaparte
Almoçamos, no sábado, Elias e eu, neste restaurante do Shopping Center. Não gostamos. Temos em João Pessoa uma filial dessa franquia, de fast food que serve bem melhor do que sua similar, de Recife.
Tomaselli La Gondola
Fica em Boa Viagem. Foi onde jantamos no sábado. É um restaurante italiano clássico, com ambiente calmo e agradabilíssimo, seletivo, música e iluminação suaves, e comida deliciosa.
Em termos de pizza, serve uma massa fina e crocante, coberta com molho de tomate, champignons, queijos,
anchovas e salame importados.
Oficina do Sabor
Fica na cidade alta, em Olinda, foi uma das melhores escolhas que fizemos, baseada na Veja Recife. O ambiente é charmosíssimo, bem original, pois está localizado numa casa antiga, numa rua estreita. O restaurante é considerado um dos melhores do Brasil, oferecendo uma culinária pernambucana, com uma forma inusitada de diversificar sabores com base em ingredientes regionais, como o jerimum, a carne de
sol, a charque e a macaxeira.
Visão da entrada do restaurante e do terraço (ainda há um ambiente
interno climatizado). Fotos do site do restaurante.
Vista da sacada do restaurante (ao fundo vê-se a
silhueta da cidade de Recife)
Elias e eu comemos este filé de peixe ao creme de
camarão, com arroz e batata
soutée.
Philippe e Domênica provaram deste cabrito à
caçadora com purê de macaxeira, farofa de jerimum
e cheiro verde.
Dividi com Elias esta de-li-ci-o-sa "cartola no
Engenho Massagana" (homenagem aos 150 anos de
Joaquim Nabuco). Trata-se de banana frita gratinada
com queijo de coalho, mel de engenho e polvilhada
com açúcar, canela e chocolate em pó .
A torta de chocolate com sorvete de creme de
chocolate, pedida por Pippe e Domênica.
Pin-Up Burgueria
Foi das melhores descobertas casuais, de Philippe, quando, numa outra ocasião, se perdeu na cidade, na busca de outra sanduicheria.
A decoração retrô da casa é show, bem impactante, inspirada nas lanchonetes americanas dos anos 50, a googie architecture, bem ao estilo Os Jetsons. Toda em vermelho e verde, possui poltronas plastificadas e fotografias
de pin’ups, com o piso xadrez, nas cores preto e branco.
A comida é dez, o atendimento é muito bom e o ambiente é inesquecível.
No cardápio, há 19 opções,
três delas para a criançada. O
hambúrguer é o ponto forte. De fabricação própria, os clientes escolhem o de 80, 120 ou
210 gramas, com queijos cheddar, ementhal ou estepe.
Fachada e interior da Pin-Up. Fotos de Turíbio Santos &
Santos Zezinho. Vale a pena conhecer a
proposta temática dos idealizadores.
Essa lanchonete foi, para nós, um verdadeiro achado: por ser um ambiente onde ficam bem pessoas de qualquer idade, pela comida sensacional e pelo atendimento impecável. Com ela, fechamos com chave de ouro o nosso fim de semana em Recife-Olinda, um dos mais bem curtidos das nossas vidas. E que só não foi perfeito porque a estrada Jampa-Recife, ainda em obras, está muito movimentada e cheia de riscos; wi-fi no quarto do hotel não é di grátis; e a piscina do hotel é pequena; mas, quem liga? Afinal, nem levei minhas pilicuxicas...;(
Posted by: Neuma Jonsson | 27-01-2010 at 17:31