Uma "viagem" nos bons e maus momentos da nossa vida em família, nesses trinta e um anos de convivência, comemoramos na Semana Santa em BsAs. A viagem, a real, é o que pretendo mostrar para vocês.
Conhecer Buenos Aires foi um sonho acalentado por E. há mais de duas décadas, mas muitas vezes adiado. Como eu não nutria muita empolgação - achava BsAs um destino manjadão - preferi percorrer, primeiramente, outras rotas. Paris era meu sonho recorrente. E, em função disso, quando pensei em conhecer o mundo, por mais de duas vezes, foi pra lá que fui.
Mas, BsAs não me decepcionou. É uma cidade linda, acolhedora, bucólica e urbana, plena de histórias, de mitos. E aristocrática, como a Paris dos meus sonhos. Além disso, havia um bom tempo que nossa pequena família não viajava junto. Estava mais do que na hora de E. por o pé na estrada - ele que sempre evitou viagens longas, por medo de avião.
Era a vez de BsAs. Além da vontade de E., o real valorizado frente ao peso argentino e o clima portenho ameno nesta época do ano, foram outros fatores que nos impulsionaram para esse destino.
Quando não viajo a trabalho, prefiro fazer meus próprios roteiros de viagem. Não sei se vocês concordam, mas planejar a viagem é tão prazeroso quanto viajar, porque é viajar na viagem. No entanto, no caso de BsAs, optamos por adquirir o pacote da Semana Santa da Anamar. Já conhecíamos uma das sócias da agência e sentíamos confiança em seus serviços. Como acabei de concluir uma árdua, fatigante e estressante jornada, escrevendo a tese, comprar uma viagem prontinha foi uma comodidade oportuna e necessária. A escolha valeu a pena, pois a empresa prestou um serviço irrepreensível, do começo ao fim da viagem.
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Embarcamos, E., P. e eu, em João Pessoa na sexta-feira da paixão, dia 2 de abril, pela Gol, às 05h50 da manhã. Chegamos a Buenos Aires às 18h15, depois de uma longa espera na conexão em São Paulo, e de um vôo tranquilo.
Um dia lindo, literalmente, nas nuvens, abraçando os célicos espaços de Buenos Aires:
A chegada e a recepção no Aeroporto Internacional de Ezeiza ocorreu sem vexames. Logo adquirimos, nos bureaux de informação, os mapas da cidade, e nos sentimos em casa, ao apuramos nossos ouvidos com o portunhol. Um ônibus já esperava o grupo para o traslado e, quando chegamos ao hotel Elevage, rolava um friozinho gostoso.
Nossas acomodações no hotel:
O cansaço da viagem não impediu nem tirou o brilho de uma noite linda, animada e deliciosa. Após uma ducha quente milagrosa, envergamos nossos sobretudos e cachecóis, pois fazia um frio de doer. Depois, creio que não haveria melhor programa. Fomos ao Cabaña las Lilas, em Puerto Madero, onde saboreamos a célebre carne argentina, que faz jus à fama de melhor do mundo: é macia, farta, deliciosa e nem um pouco salgada. Aliás, alguns garçons argentinos ficavam irritados quando se pedia sal, por considerar que acentuar o sal da carne é um sacrilégio. No Las Lilas, tivemos também o primeiro contato com os termos colita de cuadril (maminha), tapa de cuadril (picanha), lomo ou lomito (filé mignon), bife de chorizo (contra filé).
A suculenta carne argentina:
Acordamos cedo em nosso segundo dia em BsAs. Fomos surpreendidos com o excelente café da manhã do hotel Elevage. Muitas frutas e sucos, o tradicional doce de leite portenho, e uma variedade de massas, bolos e pães. Um buffet de bom gosto e da melhor qualidade. Recomendamos plenamente esse hotel, não temos qualquer restrição a manifestar. Sua estrutura é elegante, ampla, as acomodações são bem cuidadas e confortáveis, banheiro com ducha e banheira, e todo kit-receptivo (como vocês podem ver na foto acima). Sem esquecer de falar que seu staff é super prestativo e relax. Vale lembrar, também, a boa localização do hotel a uma quadra da Plaza San Martin, Calle Florida, Galeria Pacifico, é um diferencial a se mencionar. Um dia, quando voltar a BsAs, desejo me hospedar no mesmíssimo.
Tomado o café, partimos para um interessante passeio pela cidade, descortinando toda a suntuosidade do bairro norte Palermo, apreciando também a beleza dos imensos parques, jardins, a arquitetura clássica de influência francesa. Passamos pelo Teatro Colón, ainda em reforma, considerado a 3ª melhor acústica do mundo (só perde para Opera, de Paris e Scalla, de Milão).
Já sabíamos, mas ao vivo, nos impressionou a semelhança urbana de Buenos Aires com as cidades européias, bem presente na amplidão das avenidas, nos monumentos, na arquitetura, como o Palácio Tribunal, Congresso Nacional, Cabildo, Casa Rosada, San Telmo.
Com Elias, na Praça de Maio, a praça das mães, do povo, dos ativistas:
Nas escadarias da Faculdade de Direito:
Nós, Elias, Pippe e eu, em Caminito, no bairro de La Boca:
Elias, no café La Biela, no bairro de Recoleta:
Influência da cultura européia na arquitetura portenha:
Floralis Generica:
Feita de 2 toneladas de metal, esta flor, plantada num parque em Palermo, possui um sistema elétrico que abre e fecha, automaticamente, as pétalas, dependendo da hora do dia e da condição do tempo. Durante o dia, as pétalas mantêm-se abertas e, à noite, fechadas; mas, em datas comemorativas as pétalas ficam abertas durante toda a noite.
Elias (sempre segurando meu casaco ou minha bolsa), na frente da Casa Rosada:
Jardim da Recoleta:
Detalhe de escultura do cemitério da Recoleta:
Artistas de rua:
O tango é símbolo da cultura portenha. A cidade transpira sonoramente o tango em todos os seus espaços e circunstâncias.
O shopping catedral, "Galerias Pacífico":
O verde, sempre ornando a paisagem urbana, contrapõe-se à arquitetura austera:
Lembrando as esquinas parisienses...
Cultura
Uma das atrações que mais nos impressionaram foi o teatro livraria El Ateneo Grand Splendid, sobre o qual tanto já tínhamos ouvido falar. Está no 2º lugar entre as livrarias mais belas do mundo, segundo a lista do The
Guardian.
O lugar é de uma beleza impressionante, suas
origens estão no teatro, a arquitetura é requintada, etc. etc., mas o
acervo, deixa a muito a desejar... não
encontrei nada relevante em minha área, como
outras pessoas, também, não. É um lugar
agradabilíssimo para se "passar a
tarde", porque tem atrações culturais,
mas para leitura, o acervo, ainda que vasto, é
pouco relevante. Na percepção da minha amiga flikreira Mara Hermes, é "um teatro das letras e do
conhecimento".
Embaixada do Brasil em Buenos:
Gosto do odor, da cor, do sabor, do ator:
Hotel em Buenos Aires:
Posted by: Neuma Jonsson | 09-06-2010 at 05:53
Posted by: gresch antique | 03-06-2010 at 01:05