Eu me amarro em histórias de achados arqueológicos, porque descortinam mistérios guardados, mundos perdidos, me lembram velhos contos de aventuras, que narram sempre a busca de algum tesouro.
Numa antiga fazenda no oeste da França (em Laniscat), região da Bretanha, um explorador encontrou uma moeda antiga de ouro. Continuou vasculhando, encontrou mais 545 moedas de ouro e prata que haviam sido enterradas ali pelos gauleses (povo celta) há mais de dois mil anos.
Sim, era um tesouro (no meu interior, aqui no Brasil, antigamente, chamava-se botija) escondido das legiões de Júlio César, que estavam ocupando a região. O tesouro gaulês, de excepcional interesse histórico, foi encontrado em meados de 2007 pela equipe do INRAP, em excelente estado de conservação, mas só recentemente é que sua descoberta foi divulgada. Mais detalhes em vídeo.
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Este caso me interessou particularmente, pois me levou a lembrar que, há alguns anos, conheci nos arredores de Compiègne, capital da Picardia, no norte da França, uma antiga e bela fazenda que continha vestígios da presença dos gauleses na região. Sou grata aos meus amigos Décio e Marília que me apresentaram aquele refúgio, ocasião em que fizemos um pic nic inesquecível, regado a queijos e vinhos, comme il faut.
O lugar é chamado de Sanctuaire Gallo-Romain de Champlieu, fica numa estrada antiga que liga Sanlis a Soissons, e é mesmo um verdadeiro santuário que se desenvolveu durante os séculos I e II. Além das ruínas remanescentes (um teatro, um templo restaurado e termas), à proximidade do sítio antigo, subsistem os vestígios de um priorado (creio que significa uma espécie de paróquia) romano, a igreja dedicada à Notre-Dame.
Felizmente, registramos aquele momento. Revendo as fotos recordo, com saudade, que fazia um belíssimo verão que colore e valoriza ainda mais as nossas lembranças.