Notícia ruim, que a gente não gostaria de ter que dar; mas, se dermos, estaremos ajudando a denunciar a praga que se alastra por cidades e vilas, sem distinção. As drogas já são caso de calamidade pública. Aquilo que víamos na cracolândia de São Paulo, como um caso à parte, já é - num processo incrivelmente rápido - uma desolação geral em pequenas cidades do interior do nosso Estado.
A edição de hoje do jornal Correio da Paraíba diz que "a Paraíba já tem 'cracolândia' e internações por usuários de drogas crescem 600%". A Confederação Nacional de Municípios (CNM) informa que João Pessoa, Campina Grande, Patos e Sousa (minha cidade) tem, pelo menos, 25 áreas que concentram o tráfico e o consumo de drogas. Das 164 cidades paraibanas pesquisadas, 133 (81%) posssuem circulação do crack. Cabedelo, Itabaiana, Pilar, Ingá, Santa Luzia, Patos, Sousa e Itaporanga estão entre as que apresentam alto nível de consumo da droga. João Pessoa, Santa Rita, Campina Grande, Soledade, Picuí, Uiraúna e Cajazeiras estão no nível considerado médio.
"Cerca de 80% dos internos por drogas ilícitas que chegam a esse local [Casa de Saúde São Pedro] são dependentes de crack. A chamada 'pedra da morte' rende aos traficantes até 500% em lucros, segundo a Delegacia de Repressão a Entorpecentes de João Pessoa."
Essa praga deixa de ser um problema unicamente de polícia, mas passa a ser também um problema de saúde pública. As políticas públicas em nosso Estado estão atrasadas com poucas alternativas de tratamento, informação e assistência à população. Os investimentos em saúde, precisam estar integrados no combate ao tráfico de drogas no campo da segurança pública.
As recomendações da CNM é que as ações devem ser contínuas; começar pela infraestrutura dos locais, como limpeza e iluminação; presença ostensiva da polícia; estrutura para atender à demanda, antes de realizar este tipo de operação.
Informações da Secretaria Estadual de Saúde
Existem 71 CAPS - Centro de Assistência Psicossocial*:
- 8 com foco em álcool e drogas (Cabedelo, Cajazairas, Campina Grande, Guarabira, Patos, Piancó, Sapé e Sousa);
- 1 (no bairro da Torre, em João Pessoa) tem autorização para receber pacientes de todo o Estado. Sua capacidade máxima é de apenas 14 leitos, sendo 12 para homens e dois para mulheres.
Em João Pessoa, existe o Complexo Juliano Moreira, com uma ala de 16 leitos para dependentes químicos.
* Em outra fonte, o Governo informa que a "PB é primeira em número de CA no Brasil, com 68 serviços implantados."