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Posted at 17:26 in Fotografia, Lugares, Pesqueira, Poesia, Saudade, Sousa | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Fiz esta viagem com Elias, como indica a data acima, há 29 anos, quando ainda morava em Brasília (morei lá durante 11 anos). Nosso filho ainda não tinha nascido, e foi a minha primeira ida a Minas Gerais, tendo visitado, além de Ouro Preto, Belo Horizonte, Tiradentes, Mariana, Congonhas. Desde então, não voltei mais às cidades históricas, embora tenha retornado inúmeras vezes a Belo Horizonte, a passeio ou a trabalho.
O relato que agora passo a fazer foi transcrito do meu 'diário de bordo', rabiscado logo depois o retorno dessa viagem.
Fomos no mês de julho, quando fazia um frio intenso e geadas ocasionais.
Sinto saudade dessa viagem, pois, além da riqueza cultural e de conhecimento que nos proporcionou, lembro perfeitamente da gentileza, do carinho do povo mineiro. Não esquecemos também a comida deliciosa. Foi a primeira vez que experimentei iguarias como feijão tropeiro, broinha de fubá, galinha com quiabo e polenta, couve à mineira, tutu, costelinha, entre outras. E nos acabamos nos doces e sobremesas. Este é um detalhe que aparece até nas fotos que tiramos. Estou sempre devorando um pedaço de doce. Lembro nitidamente dessa primeira experiência gastronômica em Minas, engordei horrores, pois não me privei de comer ambrosia, arroz doce, goiabada cascão, queijadinha, cocada de todos os tipos. E passamos, até, a incorporar algumas das delícias no dia a dia de nossa família. A couve mineira, por exemplo, é hoje frequente em nossa mesa.
Só lamento que a fragilidade da fotografia não garanta preservação dessas memórias com melhor qualidade. Nossas fotos estão longe de traduzir a boa lembrança que guardamos em nossas mentes e corações das experiências que vivenciamos naquela viagem. O tempo é inexorável. Poucas, das inúmeras fotos que tiramos, estão hoje em condições de traduzir ou de serem exibidas. Desbotaram, perderam a cor, a nitidez. E só permitem uma vaga lembrança do que realmente significou para nós aquela viagem.
"Todos os sonhos barrocos deslizando pela pedra."
~ Cecília Meireles
Ouro Preto é o retrato vivo do Brasil Colonial. Patrimônio Cultural da Humanidade, 1ª cidade histórica brasileira a conseguir o título de Monumento Mundial, conferido pela Unesco. É considerada, por estes atributos, um "museu a céu aberto". Possui o maior conjunto homogêneo de arquitetura barroca do Brasil
É uma cidade linda; setecentista, portanto, bem antiga; encravada num vale de montanhas. Conhecida por acontecimentos importantes da história do país. A história da cidade é também permeada de muitas lendas já famosas, guarda segredos e cicatrizes impressas em suas próprias paredes à base de queima de óleo de baleia das antigas minas de ouro. Muitos escravos eram obrigados a atravessar minúsculas aberturas, onde permaneciam o dia inteiro, aspirando a fumaça das tochas, sob forte transpiração, e sufocados com o odor de urina e de fezes.
Por outro lado, a cidade é reconhecida pela coragem e ousadia, o que pode ser constatado no Panteão da Liberdade, onde se encontram os restos dos mártires que tão bravamente lutaram pela independência de Minas Gerais e do Brasil.
Praça Tiradentes: entrada e centro da cidade.
No meio desta praça, esteve exposta a cabeça de Tradentes, fincada em cima de um poste. No mesmo local o povo ergueu a estátua do alferes em bronze e granito. Os prédios coloniais importantes situados nesta praça, são: Palácio dos Governadores e a Velha Casa de Câmara e Cadeia. Ao fundo, parte central do Museu de Mineralogia.
Museu da Inconfidência
Imagem: IBRAM
Na extremidade dos quatro cantos da fachada, foram colocadas estátuas em pedra sabão representando a Prudência, a Justiça, a Temperança e a Força. No centro da torre da fachada, acha-se o relógio, ao qual se refere o inconfidente Claudio Manoel da Costa, em seu poema "Vila Rica":
"Quase aos céus provoca
soberba torre em que demarca o dia
volúvel ponto, e o sol ao centro gira".
Fachada lateral do Museu da Inconfidência, onde funcionaram Casa de Câmara e Cadeia. Seu acervo dispõe de peças de arte sacra, obras de Aleijadinho, documentos, móveis, utensílios e sepultura dos inconfidentes. Ao ser transferida para outro local, a Câmara Municipal (1860) transformou-se em penitenciária. No começo do século XX houve fuga de presidiários, alguns morreram emparedados, outros conseguiram escapar para o esgoto central, cujas paredes de pedra seca eram altas e verticais com capeamento de lajões e fundo de cantaria curva. O prédio funcionou como penitenciária até 1977, quando a planta interna do palácio foi alterada.
Acompanhada do nosso guia, vi no Museu: paredes de larguras imensas, oratórios do século XVIII; prensa do século XIX; armários e mesas do século XVIII; lanternas; luminárias; candeias; sanitários da prisão; cópias dos documentos originais de sentença dos inconfidentes, condenação à forca para Tiradentes e o seu atestado de óbito, que é muito curioso. Peças da forca de Tiradentes, seu relógio. Numa sala, dois túmulos: de Marília (verdadeiro), Bárbara Heliodora (simbólico). Na sala do Panteon dos Inconfidentes repousam os restos mortais dos heróis.
Torre do Museu da Inconfidência, antevendo-se a estátua da Justiça.
O Museu é considerado um dos mais importantes monumentos urbanos do Brasil Colônia, assobradado, e com alguns elemntos tradicionalmente mantidos como torres, escadas e relógios. Suas linhas são de gosto neo-clássico, inspirado no Capitólio de Roma.
Agora, seguimos para a Igreja de Nossa Sra. do Carmo, que fica ao lado do Museu.
Igreja de N. Sra. do Carmo
A igreja de N. Sra. do Carmo é considerada uma das mais requintadas do país. Contou com o trabalho dos melhores artistas da região em sua construção, que inauguraram o estilo rococó em Minas.
O risco da igreja foi feito por Manoel Fco. Lisboa, pai de Aleijadinho. Mais tarde, Aleijadinho foi contratado para fazer algumas modificações no risco do pai. É a igreja mais central de Ouro Preto e única que possui as portas laterais interiores trabalhadas em cedro. No século XVIII era frequentada pela aristocracia de Vila Rica. Tem a fachada encurvada com torres altas de faces abauladas, portadas em pedra sabão com brasão, representando o Monte Carmelo, no qual se vê uma cruz rodeada por 3 estrelas e 2 anjos. Na parte inferior e de cima do brasão, cabeças de querubins.
Foto tirada das escadarias da Igreja de N. Sra. do Carmo.
Veja aqui imagem 360o da igreja.
Congonhas
Congonhas reúne a história dos artesãos e artistas mais representativos de Minas do século XVIII, quando foram convidados para ornamentar o Santuário de Bom Jesus de Matozinhos.
Preserva-se em Congonhas a memória de Aleijadinho, um dos maiores artistas barrocos de todos os tempos. As estátuas dos doze profetas do adro da igreja foram quase todas esculpidas por Aleijadinho entre 1800 e 1805, quando já padecia de uma grave doença. Algumas apresentam deformações anatômicas, sinalizando a participação de seus auxiliares. Todas as estátuas trazem citações relacionadas com profecias bíblicas.
Uma vida não questionada não merece ser vivida.
~ Platão
Referências:
Posted at 20:14 in Congonhas-MG, Fotografia, Lugares, Ouro Preto, Saudade, Viagem | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: "Casa de Câmara", "cidades mineiras", "minas gerais", "Nossa Sra. do Carmo", "ouro preto", "vila rica", Aleijadinho, congonhas, igreja, inconfidência, museu, patrimônio, profetas, unesco, viagem
Ando com o coração molenga. Pieguice total. Deve ser o efeito da chuva, que me traz lembranças do passado, que me confina em minha própria consciência, em busca daquilo que nem eu mesma sei e que deve estar não-sei-onde.
As duas pérolas postadas a seguir, refletem este estado de espírito.
Balada da Caridade, tocava muito num alto falante [alguém ainda sabe o que é isso?] da Igreja do Bom Jesus Aparecido, em Sousa, minha cidade natal; por isso, me lembra tanto as andorinhas que voavam, em nuvem, em torno da igreja, ao som desta música. Lembra também quando cantava em missas do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Esta balada era uma das minhas músicas favoritas:
Para mim a chuva no telhado
É cantiga de ninar
Mas o pobre meu Irmão
Para ele a chuva fria
Vai entrando em seu barraco
E faz lama pelo chão
Como posso
Ter sono sossegado
Se no dia que passou
Os meus braços eu cruzei?
Como posso ser feliz
Se ao pobre meu Irmão
Eu fechei meu coração
Meu amor eu recusei? (bis)
Para mim o vento que assovia
É noturna melodia
Mas o pobre meu irmão
Ouve o vento angustiado
Pois o vento, esse malvado
Lhe desmancha o barracão
Alma Gêmea, acabei de conhecer, nesta noite fria, chuvosa. Encantada, com essa tão profunda declaração de amor.
Alma gêmea de minha alma
Flor de luz de minha vida
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão .
Quando eu errava no mundo
Triste e só, no meu caminho ,
Chegaste, devagarinho ,
E encheste-me o coração.
Vinhas na benção das flores
Da divina claridade ,
Tecer-me a felicidade
Em sorrisos de esplendor !
És meu tesouro infinito .
Juro-te eterna aliança
Porque sou tua esperança ,
Como és todo meu amor !
Alma gêmea de minha alma
Se eu te perder algum dia...
Serei tua escura agonia ,
Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares
Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te , entre as flores
Da claridade dos céus .
~ Composição do senador Públio Lentulus Cornelius, na sua mocidade em Roma, para sua esposa Lívia [Esta letra não é de Chico e Emmanuel como muitos pensam, e não está relacionada com espiritismo, para cuja doutrina alma gêmea não existe].
Posted at 00:35 in Música, Saudade, Sousa, Vídeo | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Ah, meus tempos de estudante em Santa Cruz de Inharé. Tempos idos e bem vividos.
Saudades imensas dessa turminha da 4ª série ginasial, em 1971. Lembro de todos, de cada rosto.
Fila de trás: Maria de Jesus (não sei onde mora), Eugênio Andrade (Natal), Fátima Andrade [irmã de Eugênio(Natal)], Gorete Queiroga (João Pessoa), Ivaneide (?), Cléa Lopes (Brasília), Lúcia (de João Hélio) Oliveira (Santa Cruz), Goreti Pinheiro (Japi-RN), Socorrinho (Natal), Marlene Pinheiro (Campina Grande), Tereza Duarte (Natal), Teresinha Cury (Diretora do Colégio, in memorian).
Comissão de frente: Geralda Ramalho (Santa Cruz), Maria, Elena Lúcia Azevedo (Santa Cruz), Zevi (Santa Cruz), Graça Brito (Santa Cruz), Joana D'Arc (Lages Pintadas), Teresa Costa (Santa Cruz), Vânia, Avanir (Natal), Gilvanete (Natal), Fátima Fiuza (?).
Posted at 23:28 in Amigos, Santa Cruz-RN, Saudade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: estudantes, Santa Cruz
Posted at 11:52 in Família, Saudade | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Lembrando a primeira vez que ouvi esta música [1963] no Colégio Nossa Srª da Luz, em Guarabira, quando um grupo de jovens se apresentou, dançando o twist. Logo depois, tratei de ensaiar, com minha trupe pré-juvenil, lá nas calçadas da rua Solon de Lucena, os meus primeiros e toscos passos do twist e hully gully.
Let's Twist Again - Chubby Checker
Posted at 14:17 in Comportamento, Guarabira, Lugares, Música, Saudade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Era finalzinho da década de cinquenta, para início de sessenta. Criança ainda, já reconhecia, intuitivamente, uma boa música. Comoviam-me as cantigas de roda, as músicas românticas, as dramáticas e, até, as de dor-de-cotovelo. As lembranças mais remotas que guardo das primeiras que aprendi a gostar, e a cantar, são daquelas que ouvia nas vozes de minhas tias e de suas amigas, e dos meus pais que também que eram bem cantantes.
Além destes, muito do aprendizado de ouvido musical veio também da eterna difusora de Sousa, e das ruas sonoras da “Cidade Sorriso”, onde nasci. Uma das ruas em que morei [situada atrás do antigo Cine Moderno], dentre as que mais marcaram a infância, há diversas fontes musicais da mais carinhosa lembrança.
As duas primeiras provem dos domínios de minha própria casa, onde meus pais costumavam cantar em momentos triviais ou especiais de nossas vidas. O meu pai adquiriu o hábito, desde quando estudou, na juventude, em seminário de padres. Ele entoava, em latim, cantos gregorianos e muitos cânticos de igreja, e dava aulas de canto na cidade. Era afinado, e apreciava muito o cancioneiro popular. Uma das mais queridas recordações que guardo dele, é cantando "Luar do Sertão" e “Uirapuru”. Muitos amigos, ainda hoje, o recordam também cantando "Índia".
Enquanto a minha mãe, cantava arrumando a casa, lavando roupa, cozinhando. Cantava a maior parte das cantigas de ninar que hoje conheço:
"neném, vá dormir
que tenho o que fazer
vou lavar, vou engomar
camisinhas pra você"
"a canoa virou
por deixá-la virar,
foi por causa de Lucinha
que não soube remar"
Lembro-a, balançando as redes de meus irmãos para fazê-los dormir, cantarolava também as músicas que ouvíamos na difusora de minha cidade, dos repertórios de Angela Maria, Dalva de Oliveira, Nelson Gonçalves
"lembro um olhar
lembro um lugar
teu vulto amado
lembro um sorriso
e o paraíso
que tive ao teu lado"
As músicas da velha guarda, eu as aprendi a cantar com minhas jovens tias Lourdes e Valdenora. Da convivência com elas, aprendi de cor as letras de Miltinho, Dolores Duran...
A segunda fonte, em importância, era o rádio de minha casa, e por meio dele, posso lembrar-me de ter conhecido "Tico-Tico no Fubá", "Moendo Café", “Suco, Suco”, “Wheels”, “Quando Setembro Vier”. Arre! Bons e longos tempos, os do rádio.
Saindo do contexto familiar, a minha vizinhança era igualmente musical, toda a rua, a cidade. O Colégio Auxiliadora, onde estudava, com seus dramas musicados dos dias das mães, dos pais, dos mestres, dos aniversários de Madre Aurélia. Os passeios/pic-nics feitos ao balneário de Coremas, eram musicais, pelo uso de toda sorte de instrumentos, sanfona, violão acústico/elétrico, maraca, saxofone.
Por tudo isto, o meu sonho de consumo mais secretamente acalentado até a adolescência só poderia estar relacionado à música. O maior desejo que tinha, naquela idade, era, certamente, ter um acordeon vermelho, igualzinho àquele, cujos acordes eu ouvia da casa de Seu Elísio (nosso vizinho), quando seus filhos, Deusinho e Fátima, ainda crianças, tocavam o tão cobiçado, deslumbrante e mágico instrumento. Da calçada, pela janela, eu os assistia, absorvendo avidamente as valsas, como “Waves of the Danube”, que tanto enfeitiçavam o meu coração pequenino.
Numa das casas mais adiante, vizinha à de Dr. Augusto, de vez quando, um grupo de jovens sentava na calçada para tocar... acordeon! E para cantar! Foi quando ouvi, num coro, a primeira vez,
"Hoje, eu quero a rosa mais
linda que
houver..."
Das calçadas da minha rua, à rua da Sanbra, eu brincava de roda com Lucinha de Seu Eliezer, e com outras tantas meninas. Foi a minha primeira turma. Desse tempo, guardo na memória todas as cantigas
"se essa rua
se essa rua
fosse minha..."
"a leiteira
a leiteira vende o leite
na cidade, na cidade de Lisboa".
E, cravada em meu coração, tenho a imagem de Lucinha, minha querida amiga de infância, que tão cedo partiu.
Seguindo o mesmo quarteirão, lembro que, aos pulos – só-andava-correndo -, ia à sorveteria “Flor de Lis”, comprar picolé. Lugar super frequentado, havia sempre muita, muita música tocando, tão alto que se espraiava por toda a cidade. Miltinho era uma das vozes mais ouvidas:
"você, botão de rosa
amanhã a flor mulher"
como também Nelson Gonçalves:
"Fica comigo esta noite
não te arrependerás
lá fora o frio é um açoite
calor aqui tu terás".
A essa lembrança, vem associadas às imagens dos passeios ao redor da “Flor de Lis”, dos brotos de braços entrelaçados, e de Absemar, infalivelmente sentada na calçada, acompanhando o burburinho da sorveteria.
Como negligenciar tão preciosas lembranças? Para mim, são como velhos postais sonoros, guardados com chave de ouro, que tocam de tempos em tempos, sempre que minha alma carece de retornar ao tempo perdido.
Fui uma criança de sensibilidade tão aguçada, de tanta expectativa e solidão interna, que, se não fosse a minha infância tão sonora, e não tivesse um coração tão aberto para música, não teria sido feliz, fosse eu quem fosse.
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P.S. A quem conhece a autoria da foto da Sanbra, que circula no Facebook, peço a gentileza de me informar.
Posted at 14:07 in Amigos, Casa, Família, Lugares, Música, Saudade, Sousa | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Quanto mais se alonga a linha do tempo, e mais se adensam as rugas em minha face, e entrevam as juntas em meus joelhos, mais o passado insinua-se no presente, sob as inquietantes formas de relembranças de tempos em que a vida pulsava com tanta vitalidade.
Eis que, numa dessas curvas do destino, escancara-me o Facebook as várias faces de uma imagem que guardo no coração, com o maior carinho.
Devido à vida itinerante que minha família (pais e irmãos) levava, pois meu pai trabalhava no Banco do Nordeste, víviamos a mudar de cidade. Durante infância e adolescência, várias foram as moradas que tivemos em Sousa-PB, Guarabira-PB, Campos Sales-CE, Pesqueira-PE, Santa Cruz-RN, Juazeiro do Norte-CE. Depois da adolescência, "ganhei o mundo" para tentar o vestibular, foi quando escolhi Patos e João Pessoa, na Paraíba, para buscar meu lugar ao sol.
Entonces... como vinha dizendo... numa dessas benditas rolagem do Face, deparo-me com as fotos da antiga e querida casa onde moramos, em Santa Cruz do Inharé. Perfeita, quase intacta. Despertando-me todos os fantasmas, os momentos mágicos, as emoções vividas e os sonhos malogrados.
Cada vez mais acredito que, numa foto, sempre está contido um filme.
Aí está nossa ex-casa, a quarta da esquerda para a direita, cuja frente dava para a Praça Coronel Ezequiel - nome insólito para uma praça.
Do janelão desta ilustre vivenda, assistia à sempre festiva juventude desfilar na pracinha, vi um dia um rally envenenado, ouvi irresistíveis serenatas, e reconheci os inconfundíveis passos do amado. Da soleira daquela porta, corrí muitas vezes para o abraço.
Deste, aparentemente insignificante, metro quadrado, que era o terraço aberto, onde uma bouganvília deitava seus ramos, meus amigos faziam pouso, e enchiam de gargalhadas minha tão simplória existência. Como passaram velozes todos aqueles e esses anos! Como passou tão rápido minha vida.
Aqui, na minha indefectível terceira idade, trago tesouros mantidos a sete chaves, minha galinha dos ovos de ouro. Deixa rolar porque, afinal, a vida é para ser vivida mesmo.
A única coisa a lamentar é ausência dos amigos, dos definitivamente ausentes, daqueles que se perderam na distância ingrata. Algum dia, quem sabe, abrirei meu relicário e dividirei com vocês outras imagens do meu passado remoto.
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Fico feliz de ver a casa onde morei abrigar uma biblioteca e uma estação digital, empreendimentos pelos quais tenho batalhado grande parte de minha vida.
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Foto em P&B, de autoria desconhecida.
2ª e 3ª fotos, de Nair Carvalho, divulgadas por Assunção Dalby, no Facebook.
Posted at 01:21 in Casa, Fotografia, Lugares, Saudade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Posted at 20:57 in Família, Fotografia, História, Juazeiro do Norte, Lugares, Saudade | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)